Um dos principais objetivos do projeto de pesquisa independente Memória Musical do Sudoeste da Bahia [@memoriasudoeste], para além do simples acumular material sobre a música da nossa região, como qualquer museu, é incentivar os artistas através da produção original de conteúdo: pensar não apenas o passado, mas o hoje, o agora.

No subprojeto TOCA AUTORAL! não há espaço para tributo: queremos mostrar que, em nossa região, há muita gente criando e se expressando através da arte. Apresentaremos diversos artistas, de variados gêneros musicais, mostrando suas próprias obras, muitas vezes ainda inéditas, e disponibilizando gratuitamente em plataformas de streaming, em formatos diversos. 

A primeira temporada, contendo três talentosos (e diferentes entre si) músicos locais começa aqui, com o guitarrista, cantor e compositor californiano Paul Bergeron, bastante conhecido no circuito de bares de Vitória da Conquista nos últimos anos.

Música é arte. Arte é expressão. O que nossos artistas têm a dizer atualmente?


A PRODUÇÃO

A ideia do subprojeto remonta a 2017, quando desenvolvemos uma experiência semelhante, no então interditado teatro do Centro de Cultura Camillo de Jesus Lima, fechado para eventos com a presença de público, mas utilizado pela Distintivo Blue como local de ensaio e gravações desde 2015. Utilizando a mesma pauta (duas manhãs por semana), convocamos artistas locais para gravar vídeos no formato voz-e-violão, executando cinco músicas, sendo que destas, três deveriam ser autorais. O @memoriasudoeste ainda não existia: tudo foi realizado sob o seu projeto ancestral, a BLUEZinada! [confira aqui uma playlist com esses vídeos antigos], mais direcionado ao blues e jazz, portanto, as CCCJL Sessions extrapolavam sua temática e anunciavam a necessidade de um trabalho voltado à musicalidade da região sudoeste da Bahia, que só nasceria em 2019.

Desta vez, pensando na enorme popularização dos chamados "shows-tributo", onde a nostalgia pelos chamados "clássicos" termina por, não raro, desestimular a execução da música autoral nos diversos palcos da região, decidimos radicalizar a antiga proposta, convidando apenas artistas que não se limitam unicamente a reproduzir o que já foi consagrado, mas também criam arte nova, provando que a música contemporânea ainda existe e continua expressando seu tempo e espaço, papel de todas as artes desde tempos remotos. Desta vez são seis músicas, todas autorais, além de pequenas falas explicativas e uma autobiográfica de até cerca de dez minutos. O formato ainda é minimalista, geralmente voz-e-violão, dada a nossa limitação em equipamentos, pessoal e tempo para a produção dos materiais.

O título do subprojeto é uma clara provocação ao universo dos "shows-tributo": ao invés do famoso, exaustivo e, muitas vezes, automático "toca Raul!", incentivamos o artista a mostrar suas próprias criações. O "Toca Autoral!" surge, pela primeira vez, no texto da matéria de capa da primeiríssima edição da nossa zine, Memória Musical do Sudoeste da Bahia [Acesse aqui], nos inspirando a aprofundar o conceito que se materializa agora. Afinal, se o próprio Raul Seixas tivesse cedido e estacionado no confortável "tributo a Elvis" que marcou o início de sua carreira, não investindo em sua própria identidade artística, quem gritaria "toca Raul!" hoje?


O CONTEÚDO

O Toca Autoral! não se limita à produção de vídeos: o artista tem acesso a um sistema completo de produção original, que inclui a publicação de vídeos individuais de cada uma das faixas, além do vídeo completo, incluindo as falas explicativas e autobiográfica. Ainda, a uma sessão de fotos, que poderão ser utilizadas para a sua própria divulgação, como desejar. As músicas são mixadas e masterizadas para compor um EP de verdade e distribuído para as principais plataformas de música, como Spotify, Deezer, Apple Music, Amazon, etc. A gravação ainda será lançada no formato podcast e disponibilizada nos principais agregadores. Ao final da temporada, será lançada, ainda, uma edição especial da nossa zine, que será publicada tanto em formato digital (.pdf) quanto impresso, enriquecendo o portfólio do artista e, mais amplamente, a musicalidade da região em geral, valorizando a produção autoral e incentivando outros artistas a tocar suas próprias músicas.

Todo esse material é entregue ao artista, gratuitamente, para que o utilize como julgar adequado para o desenvolvimento de sua própria carreira artística. Assim, durante o período de lançamentos, ainda  buscamos formas de acesso aos veículos de Imprensa, como emissoras de rádio, TV, jornais, revistas, blogs, etc., sempre com a preocupação de registrar toda e qualquer participação nesse sentido e publicar em seguida.

Ao artista é exigido, para a participação, certo nível de comprometimento: ensaiar suficientemente suas músicas para uma boa execução, ser pontual às participações e fornecer as letras cifradas de todas as canções, afinal, o "'Toca' Autoral!" também significa incentivar e permitir que o público conheça sua obra a ponto de também desejar/conseguir executá-la, de onde estiver. Trata-se de um projeto de fomento ao artista, mas, também, de formação de público. Demonstrar que o artista regional guarda, em si, tanto valor quanto o "consagrado" e divulgado em grandes proporções é uma das máximas mais caras do @memoriasudoeste


Foto: Plácido Oliveira


PAUL BERGERON

"Eu nasci em 1985, no Mission Hills, um bairro lá em Los Angeles. Quando eu era criança, as primeiras músicas que escutei vieram através dos meus pais: a primeira que eu me lembro, me afetando, acho que era Elton John, no carro do meu pai, quando ele dirigia conosco para as lojas e a escola. Ele só tinha aquelas fitas no carro. Eu fiquei escutando aquela de Elton John, com os hits dele. E depois, na escola, fizemos aulas de canto, e eu tive interesse, porque teve uma menina tocando piano, aquela música de Beethoven… “Nanananana nana...” [solfeja Für Elise]. Eu disse: 'quero aprender piano também'. Minha avó tinha um piano, e morava no outro lado da rua. Nessa época, morávamos no Vale de San Fernando, em Los Angeles, e eu falei para a minha mãe que eu queria aprender piano. Ela disse: 'tá bom, sua avó pode dar algumas aulas para você'. Então eu fui lá na casa da minha avó, e ela apenas me deixou no piano e falou: 'toque isso', colocou um papel na minha frente e foi para a cozinha fazer algumas coisas, escutando rádio, então, não foi realmente uma aula. 

Eu fiz mais uma dessas aulas com a minha avó, e a minha mãe: 'como estão indo as aulas?' E eu não gostei. Eu tinha sete ou oito anos e não estava gostando, porque ela não estava me dando aulas, na verdade. Então, eu meio que larguei a música por um tempão, até depois, quando comecei a aprender violão, com quinze anos. Entre oito e quinze anos, os esportes tomavam mais conta… Eu praticava esporte e fazia arte: pintava e desenhava muito na escola. Mas, finalmente, quando eu tinha quatorze, quinze anos, quis tocar de novo. Minha mãe tinha só um violão, o único instrumento que tivemos na casa, um violão clássico que ela teve quando estava na faculdade. Peguei o violão e usava o computador para ver tablaturas. Eu falei aos meus pais que queria aprender violão, e eles disseram: 'tá bom, mas não vamos comprar um violão para você. Você pode usar esse violão para ver se realmente vai ficar nessa coisa'. Então, meu pai me inscreveu para tomar aulas de violão em uma loja pertinho de casa, uma loja de música. E eu comecei a tomar aulas. 

Nessa época, com quatorze anos, eu escutava muita música dos anos sessenta, mas eu pulei para a frente: daquela época, em San Fernando, quando tentava aprender piano, escutávamos muito rádio no carro. Tinha uma estação que tocava só flahsbacks dos anos cinquenta e sessenta. Nada dos setenta e oitenta: tudo dos cinquenta e sessenta. E escutávamos aquela estação todos os dias, indo e voltando da escola, dirigindo para o Vale de San Fernando. O trânsito de Los Angeles é horrível, então quando você entra no carro, fica lá por um tempão. Então, acho que meu cérebro ficou sugando aquelas músicas, aqueles flashbacks dos anos cinquenta e sessenta. Muito Beatles, Beach Boys, Motown, Marvin Gaye, The Supremes, Ritchie Valens, Elvis, todas aquelas músicas e hits… Frankie Valli… Dos anos cinquenta e sessenta. Então, isso foi grande parte da influência. 

Mas eu não percebi isso até depois, porque quando cheguei a quatorze, quinze anos, estava no Ensino Médio e teve aquela pressão das pessoas… Naquela época eles escutavam tipo… Linkin Park, Limp Bizkit, Korn… Mas eu nunca gostei daquelas músicas. Não me identifiquei, então, naquela época, eu escutava Jimi Hendrix, The Doors, Black Sabbath, Led Zeppelin… Coisas dos anos sessenta, porque meu irmão mais velho comprava alguns álbuns do Led Zeppelin, Black Sabath, The Clash, The Doors, etc. E, em casa, minha mãe tinha um gosto muito eclético. Ela gostava muito de música clássica, folk dos anos setenta, porque ela cresceu nos anos setenta, ela estava na faculdade nos setenta. Muito Jim Croce, Gordon Lightfoot, John Denver, Linda Ronstadt, e meu pai escutava mais rock: mais Creedence, Elvis, Jethro Tull… [risos] Essas coisas. 

Então, eu tudo isso acho que formou minha influência de música que eu gosto: aquela estação de rádio, minha mãe, com a música eclética, meu pai, com o rock, e minha avó também, porque eu fiquei muito tempo na casa da minha avó, e a época dela era a década de 40, então, sempre que eu estava na casa dela era jazz dos quarenta e música clássica, Frank Sinatra, Benny Goodman, Glenn Miller e Ella Fitzgerald… Muito Ella Fitzgerald. Eu escutava muito disso na casa da minha avó. Então, eu passei por aquela fase dos quinze, dezesseis, dezessete escutando mais música alternativa, rock mais pesado, mas depois, com vinte e um, vinte e dois, vinte e três, eu apenas voltei às minhas raízes, eu acho. Pensei: 'eu realmente gosto mais das músicas dos cinquenta e sessenta. Eu gosto muito de jazz e música folk, música raiz. Eu gosto mais dessas músicas'. Agora vejo que, por muito tempo, essa linha me influenciou muito. 

Aos dezoito, dezenove, vinte, vinte e um, eu toquei em várias bandas. Algumas eram boas, algumas não. Eu toquei muito baixo, porque as pessoas sempre precisavam de baixista. Fiquei meio preso ao baixo, porque bandas precisavam de baixistas, então era mais fácil achar shows sendo um baixista, mas eu sempre quis mais cantar e escrever músicas, fazer minhas próprias músicas. E eu gosto de violão, de guitarra, mas também gosto de todos os instrumentos. Pra mim é só um meio de interpretar. Se as coisas dessem certo desde o início, eu tocaria piano. Acabei tocando violão e guitarra, mas gosto de todos os instrumentos. Considero quase igual. Acho que todos são 'voz'. E, pra mim, o melhor instrumento de todos é a voz humana. Eu acho que tem mais variação, é mais pessoal. Eu gosto de ouvir a voz de pessoas diferentes. 

E é isso: aos vinte, tocava em bandas, em Los Angeles e por perto, também em Ventura, que fica na Califórnia e, com 28, 29, eu vim pra cá, para o Brasil. Eu conheci uma mulher através da internet, e ela me perguntou se eu queria vir ao Brasil, para conhecê-la e ver se iria rolar, se seria uma coisa boa, e eu vim, acabei gostando do Brasil, gostando dela e rolou bem. Depois eu voltei para a Califórnia, para arranjar coisas com a minha família, depois eu vim para o Brasil de novo, e eu estou aqui faz uns seis anos. Eu morava em Luís Eduardo Magalhães, Brumado e agora Conquista. Eu gosto mais desta cidade que das outras em que fiquei. E eu apenas estou tocando, seguindo a mesma linha: tentando gravar minhas músicas, tentando tocar nesses bares e restaurantes, formas bandas, parcerias com outros músicos, continuando com a música, eu acho que vou tocar música para sempre, nunca vou desistir. Vou continuar na música para sempre, eu acho".


Confira a íntegra do vídeo:




🟢 Playlist completa no Youtube [músicas separadas]



MÚSICAS

1) ORDINARY MAN (BR-7PI-22-00001)

"Essa música se chama Ordinary Man (Homem Ordinário/comum), que eu escrevi quando trabalhava em um mercadinho e, sei lá, a ideia só veio para mim, sobre como alguém se sente sendo normal, sendo comum e não sendo especial, como as pessoas veem como alguém deve ser, especial, alguma coisa… Me inspirou porque hoje em dia tem muito isso, muitas redes sociais, e todo mundo precisa se mostrar e ser mais do que talvez sejam. Para mim, só foi isso: só uma ideia sobre como um homem normal e comum sente e a vida dele". 

I’m an ordinary man 
Doing all the things an ordinary man can 
With my ordinary wife 
I live a very ordinary life 
Ordinary me 

I drive an ordinary car
It doesn’t get me very far 
To get my ordinary pay 
It’s such an ordinary day 
Ordinary me 

And when I die, no one will weep
Nobody cares about me
Why do you treat me this way?
Is it because I’m so ordinary? 

I’ve got ordinary kids 
They’re already off to college 
They’ve got kids of their own 
They got an ordinary home 
Ordinary me 

I’m an ordinary old man 
Grandkids come by when they can 
Johnny and Julie,
We’re such an ordinary family 
Ordinary me

And when I die, no one will weep
Nobody cares about me
Why do you treat me this way?
Is it because I’m so ordinary?


2) WITHOUT A CARE (BR-7PI-22-00002)

"Essa é Without a Care (Sem Preocupações), e é uma música baseada num tempo lá na California. Tem um cacto lá, e é um alucinógeno. Eu e meus amigos roubávamos o cacto de um jardim e colocamos em um liquidificador, e essa música é inspirada nesse cacto alucinógeno. [risos] Era uma aventura". 

Picking fruit from other peoples trees 
Hanging over backyard walls
Help yourself please 
Peaches, pomegranates, pears, picking fruit without a car

Plucking up a cactus from someone else’s lawn 
Put it in a blender then you’re really gone 
Dive into a juice glass
Watching all the time pass by 

Howling at the moon,
I’ll be there soon, 
If I can find the time, 
Right now I feel fine,
Right now I feel fine. 

Let’s go somewhere where we can get a drink 
I would like to listen to the way that you think 
About June bugs, stupid thugs, and flying magic Persian rugs
 
Please mister could you turn your radio down 
It’s making a really annoying sound 
People always running round and clouds never ever touch the ground

Howling at the moon,
I’ll be there soon 
If I can find the time, 
Right now I feel fine, 
Right now I feel fine 

Kicking a yellow ball against a brick wall, 
Going to the old school and acting like a fool, 
Writing things everywhere 
And everyone really loves to stare 

Howling at the moon,
I’ll be there soon,
If I can find the time, 
And right now I feel fine,
Right now I feel fine


3) NEVER AGAIN (BR-7PI-22-00006)

"Never Again (Nunca de Novo), é uma música sobre uma amizade que não pode se repetir. A música é sobre isso. Algumas pessoas que conheci, no passado, e acho que não dá mais para ter amizade daquela forma. Algumas coisas ficam no passado, para sempre". 

I remember all those times again 
I remember the way it used to be again 
I remember how it used to be 
You really loved me, you really loved me 
But never again, never again, never again could it be like it was back then 

Somehow you cast your magic spell again 
Those times feel so real again 
I remember when it was just we two 
I really loved you, I really loved you 
But never again, never again, never again could it be like it was back then 

Never again, never again, 
Way back then, never again 

I remember how it used to be. You really loved me, really loved me 
But never again, never again, never again could it be like it was back then 
Never again, never again, way back then, never again


4) I’M A DOG (BR-7PI-22-00003)

"Essa música, I’m a Dog (Eu Sou um Cachorro), é inspirada daqui, dos cachorros de rua daqui. Escrevi esta música baseada nisso. Lá na Califórnia não tem cachorros andando na rua, esses bandos de cachorros. Mas aqui tem, e eu fiquei pensando sobre isso. Eu achei uma forma meio romântica… Que os cachorros que vivem na rua são livres, a vida deles… Ficam perambulando pela cidade. Eu escrevi essa música sobre eles. [risos]"

I’m a dog
Yea that’s right
Going through your trash
In the middle of the night

I go through what you 
Have thrown away
Roaming round at night 
And sleeping through the day 

Leave something nice for me 
When you throw it out 
Please think of me 

I survive in the streets 
And your trash is my treasure 
It’s everything to me
I was born out here 
Freedom is my pleasure 
Oh it’s everything to me 
To me 

I’m a dog 
Yea that’s right 
I wander through the streets 
Under the moonlight 

I feel the wind 
Blow through the trees at night
Every now and then
I get into a fight 

Leave something nice for me 
Before you throw it out 
Think of me 

I survive in the streets 
And your trash is my treasure 
It’s everything to me
I was born out here 
Freedom is my pleasure 
Oh it’s everything to me 
To me


5) WILD STRAWBERRY (BR-7PI-22-00004)

"Wild Strawberry (Morango Selvagem/silvestre) é sobre a minha filha e o que eu sinto por ela. Eu a chamo de “Morango Selvagem”. Esta música é sobre ela". 

I flew far from my home 
I left you all alone 
But I got your letter 
And it made me feel better 
I’m wasting my time 
Here slowly dying 
Wasting my time 
Over here slowly dying 

I got your letter 
I read the words you wrote to me 
And I cried 
Remembering how we used to be 
How we used to be

Ill come back for you 
And hold you close to me
Well be together 
My wild strawberry 

And I’ll never ever leave again 
To my dearest friend


6) WHERE DO YOU THINK YOU’RE GOING (BR-7PI-22-00005)

"Where do You Think You’re Going (Onde Você Acha que Vai), é sobre uma noite lá na Califórnia. Eu dei uma louca e falei para meu amigo que queria ir ao deserto, então fomos lá, pegamos o carro dele, só com dinheiro para o combustível, e levamos cachorro-quente [risos] e uma garrafa de Jack Daniel’s e fomos lá, no deserto de Joshua Tree, e ficamos lá à noite, dormimos no carro dele, e eu levei o violão e só ficamos lá no deserto por um dia, e depois ficamos fazendo trilha e bebendo whiskey, tentando escrever músicas… Foi legal, essa música é sobre isso. É sobre vida, eu acho… Onde você vai com a sua vida, memórias, essas coisas".

Yesterday 
I drove into the desert very far away 
For a change of scenery just to get away 
No money on me and a car my only place to stay 
Place to stay 

Late at night 
I slept inside my car under the desert lights 
The stars and moon the wind and dust 
Nothing else in sight 
Just desert me and a bottle of whiskey 
It’s all right 
It’s all right 

Hey now where do you think you’re going 
Hey now where do you think you’re going boy?
Hey now what’s the future holdin 
Hey now what’s the future holdin boy?

The sky was blue 
I awoke and the desert sun came shining through 
I had a million things that want to do 
Walk through the dirt with my guitar and write a song or two 

I could see
No matter how hard I tried nothing came to me 
No words, harmony and no kind of melody 
So I just wandered around the sands aimlessly 

I felt so low 
I came so far but now I did not know where to go 
I sat beneath a tree and felt the hot wind blow 
I guess I’ll think and I’ll drink till I go back home 
Go back home 

Hey boy what do you think you’re doing
Hey boy what do you think you’re doing now 
Hey boy where do you think you’re going
Hey boy where do you think you’re going now 
Going now 
Going now 
Going now


DIVULGAÇÃO






FICHA TÉCNICA

Memória Musical do Sudoeste da Bahia e Museu do Rock Conquistense apresentam: Toca Autoral!
Produção: Plácido Oliveira Mendes [http://linktr.ee/placidomendes]
Agradecimentos: Leonardo Gois e Centro de Cultura Camillo de Jesus Lima
Gravado em 10 de outubro de 2022, na sala principal do Centro de Cultura Camillo de Jesus Lima. Vitória da Conquista, Bahia, Brasil.
Todas as músicas por Paul Bergeron
Publicação: 18 de abril de 2023


AGUARDE MAIS UM POUCO

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